segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Bombons sortidos

Alguns dizem que a vida é uma caixinha de surpresas. Eu concordo. E digo mais: a vida é uma caixinha de bombons. Dá pra enxergá-la como uma caixa de Bis, mas eu a vejo como uma caixa de bombons sortidos. Explico: quando te estendem uma caixa de Bis, são todos iguais, aí você pega qualquer um, sem pensar muito. E quando te oferecem uma caixa de bombons sortidos, qual escolher? Tem o Sonho de Valsa, o Sensação... E o Laka? Hmmmm... e agora? Eu fico séculos escolhendo, até pegar um que me agrade.

Nem sempre fui assim. Quando mais nova, a vida era uma caixa de Bis e eu simplesmente estendia a mão e pegava qualquer chocolate. Era tudo igual mesmo! Confesso que alguns me davam indigestão e não agradavam meu paladar. Com o passar dos anos, passei a ser mais seletiva. Até acho que a palavra “seletividade” vem de “seletiva idade”. O “qualquer um” e “qualquer coisa” não me satisfazem mais. Eu sei, às vezes não se tem escolha e quem muito escolhe, acaba sendo escolhido. O que nem sempre é ruim.

Mas eu vejo tudo como uma caixa de bombons sortidos. Não bebo mais qualquer coisa, nem beijo mais qualquer um, nem compro uma roupa só porque levei centenas ao provador e fiquei com vergonha de devolver. Não. Minhas amigas me dizem: “você escolhe demais!” – sim, escolho. Ninguém fará isso por mim. E eu gosto de pegar um atalho pra chegar mais cedo aonde quero. 

Uns são mais exigentes, outros menos. Mas todos escolhem. Ou vai dizer que quando chega o cardápio no restaurante, você diz ao garçom: - Vê qualquer coisa aí! – Não né? A não ser que goste de viver perigosamente ou seja louco.

E o amor? Esse a gente não escolhe, acontece. Será? O coração também faz suas escolhas, mesmo que muitas vezes elas não façam o menor sentido.

Esses dias li uma reportagem da Super Interessante cujo título era: “não escolha demais, seu cérebro pode pifar”. Dizia que, quanto maior o número de opções, mais confusos ficamos pra nos decidir, provocando um tilt no cérebro. Tô ferrada!

Mas nem ligo. Prefiro ser essa peneira-ambulante, filtrando apenas o que me interessa. Livre-arbítrio é o que há! Hoje em dia quase não existe (exceto em alguns países e culturas) mais aquela história dos pais escolherem o marido das filhas ou a profissão dos filhos. E todo mundo é mais feliz assim. Inclusive eu, mesmo sendo absurdamente indecisa e tendo o dedo podre pra algumas coisas.

(Imagem retirada do Google)

domingo, 24 de outubro de 2010

Entre partidas e chegadas

Seguindo a brincadeira proposta pelo blog Rumo à Escrita, fui indicada pela Angela, do blog Entemeios, para dizer o que me deixa mais feliz entre partidas e chegadas. Então, vamos lá!

O que me faz realmente feliz, entre partidas e chegadas, é saber que há um percurso no meio. Desconhecido no começo e nem sempre fácil. Mas com muitas surpresas, pessoas por conhecer e situações que te fazem conhecer a si mesmo. Num relacionamento amoroso, a melhor parte é a paquera, a conquista. Vai dizer que não? Porque antes a gente não tem a pessoa e depois que tem, se acomoda. Ao ler, o melhor é se envolver na história, sem se preocupar com o final. Numa longa viagem, o mais interessante é poder admiriar a paisagem do trajeto. Na própria vida, independetemente de quando você chegou ao mundo ou quando partiu, se acordou de bom humor ou se foi dormir bem, o que vale é o que viveu entre estes dois momentos. E se soube vivê-los intensamente. Sendo assim, pra que tanta pressa? Se a beleza está no percurso?

Como diria Guimarães Rosa,

o real não está na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é no meio da travessia.


Agora, vamos às regras do selo:

1- Copie e cole o selinho na sua postagem.

2- Conte-nos o que lhe faz feliz, entre partidas e chegadas, simples assim!

3- Conte quem lhe presenteou, se possível adicionando o link para o blog.

4- Indique ao menos 5 blogs para receberem o carinho e avise-os, para que eles possam continuar a brincadeira. Podem ser mais, claro, o importante é provocar a ideia naqueles que lhe visitam!

5- Volte aqui e avise se já está participando, nesse mesmo post.
 

Meus indicados:
 
Love in Chains
 
Fotos, Poesias e Emoções

Diário de um Mininu Nu
 
Entre um Café e um Bate-Papo
 
Garota Interrompida

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Flores e trovões

Era sempre assim: bastava ela sair de casa pra começar a chover. E naquela noite não foi diferente: já estava no meio do caminho quando a tempestade começou. Balbuciou alguma reclamação ou xingamento inaudível, abriu o guarda-chuva e continuou a andar, observada pelos motoristas parados ao farol. Sentiu inveja por terem um teto onde se abrigar. “Pelo menos não tenho trânsito no meu caminho! Rá!” – pensou, triunfante.

Mas logo foi atingida por uma rajada de vento que revirou todo o seu cabelo e molhou sua roupa, destruindo em segundos a produção que levara meia hora fazendo em casa. Por isso é que ela sempre se sentia feia, desarrumada e estabanada em dias de chuva! Era como um banho violento seguido de um secador enfurecido (o vento). Na chuva as pessoas perdem a vaidade. É inevitável.

E assim prosseguiu, se assustando com os raios, com pressa e sem um fio de cabelo no lugar. Mais pra frente viu uma mulher escorregar naqueles ralos de ferro da calçada e cair de costas no chão, soltando um “porraaa!” enfurecido que ecoou pela avenida movimentada, seguido do riso de algumas pessoas que se aproximavam para ajudar. Quanto caos! Quanta irritação! Quantos guarda-chuvas no caminho pra desviar!

Ah, como ela detestava chuva! Por mais que soubesse que era essencial ao planeta e coisa e tal, não podia deixar de se revoltar com os estragos que ela provocava: enchentes, deslizamentos, gripes, escorregões, quedas, programas legais com a turma desmarcados e por aí vai. Chegou à faculdade como um cachorro molhado. Não prestou atenção à aula, evitou o olhar do rapaz e deixou de tomar o sorvete de sempre. Tudo porque choveu.

Choveu, quando ela queria apenas a beleza e a cor da Primavera. Não era possível. Toda estação tem suas flores e trovões. E como era difícil lidar com a parte dos trovões.

(Imagem retirada do Google)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Não se importam

Levei muito tempo pra perceber que eles simplesmente não se importam. Não se importam se fazem tudo errado, muito menos se não fazem nada. Não ligam se dão a palavra num dia e se esquecem dela no outro. Não faz diferença a eles se alguém se importa com sua ausência, com sua presença muda, com seu olhar perdido. Mentem, omitem, inventam.                            

E fogem pelas escadas, enquanto eu pego o elevador. Sem saber que vão dar de cara comigo novamente, dois andares abaixo, quando a porta abrir.

Justificativas vãs, desculpas atrasadas. É tarde demais, o castelo de areia começa a ruir. A ilusão se desfaz. Suas interrogações constantes esbarram em meus pontos finais. E não há mais palavras. No lugar do sorriso, os lábios rachados com o tempo frio e chuvoso que eles provocaram ao se ausentar. Sem saber que, por trás da aparente indiferença, eu me importo. Por menos que eu queira, me importo.

(Imagem retirada do Google)

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Vinte e poucos anos

Dia 12 desse mês fiz 24 anos e, coincidentemente, esse é o 24° post que escrevo em 2010. Dizem que os "vinte e poucos" são os melhores anos da vida. Eu concordo. Os meus, pelo menos, estão sendo muy bem aproveitados, vividos intensamente. Acredito que seja a época da vida em que mais aparecem oportunidades: de emprego, de conhecer gente, de crescer na vida e aprender coisas novas. Isso é ótimo! O problema é envelhecer. Eu sei, não estou velha, mas sei que já não sou mais uma adolescente. Dia desses me perguntaram a idade e, quando respondi, disseram: "ah, você é nova ainda!" - mas depois completaram: "quer dizer, não é mais tão nova assim né?" - é, não sou.

Confesso que fazer 24 me gerou uma pequena crise, primeiro porque lembrei que aqueles cremes anti-rugas da Avon e da Natura podem ser usados a partir dos 25 anos (mas já??). Depois porque, segundo minha mãe, após os 25 a vida voa. É estranho, mas quando eu era criança e me perguntavam com que idade iria casar, eu respondia, na maior inocência: "Com 23 ou 24 anos!!" - nossa, eu não fazia a mínima noção da vida! Hoje, com 24, nem penso em casar! Pelo menos não tão cedo. Um antigo colega de trabalho me dizia que eu não serviria pra levar uma vida de casada, porque minha rotina é corrida demais: trabalho + faculdade + cursos. E eu gosto disso, dessa vida que levo. Não pretendo parar de estudar tão cedo e já penso na segunda faculdade.

A vida hoje em dia é diferente e o tempo das pessoas também. Muita gente casa tarde porque quer aproveitar a vida e se dedicar à carreira. Todo mundo quer ter uma estabilidade financeira antes de formar família. Os 24 de hoje são os 18 de antigamente. A juventude dura mais.

E aqui estou eu com minha nova idade. As pessoas continuam dizendo que não aparento. Pelo visto elas conseguem ver a idade do meu espírito.

♪ Forever young, I want to be forever young ♫

(Imagem retirada da revista Offline, edição de setembro)

domingo, 5 de setembro de 2010

Desapego

Nunca dei ouvidos àquela história de inferno astral, segundo a qual você tem azar pra dar e vender no mês que antecede seu aniversário. Mas passei a acreditar nisso o mês passado. Agosto foi, literalmente, um inferno! Passei por situações complicadas, tudo parecia dar errado e o universo conspirar contra. Dentre os perrengues que passei, um dos piores foi o dia em que coloquei um CD de música no computador, ele travou e não ligou mais. A solução foi formatar o coitado e, consequentemente, perdi TUDO o que tinha nele. Fotos, músicas, textos, vídeos... foi tudo pelo ralo.

Nem preciso dizer que fiquei super mal, chorei e tudo mais. Mas, passadas algumas semanas comecei a me questionar: por que sofrer tanto por aqueles arquivos de computador? Afinal, já perdi mesmo! Aí eu reparei que sempre sou assim, com tudo: sou aquela que vai ao cinema, ao show, ao teatro e guarda o ingresso de recordação. Aquela que tem uma caixa cheia de cartões de aniversários e cartinhas que sempre pega pra reler. Aquela que morre de dó de apagar as mensagens de celular quando a caixa fica cheia e que não deleta os recados do Orkut de jeito nenhum. E que precisa ter fotos de todos os momentos da vida pra recordar depois. Uma noite, voltando da faculdade, eu conversava com uma de minhas amigas sobre isso e falei a ela que eu devo ser uma pessoa muito materialista. Ao que ela respondeu: - Não Ká, isso é apego!

APEGO. A palavra-chave. E o problema. Eu me apego demais às coisas e às pessoas, e quando elas se vão de algum modo, sofro à proporção da carga de sentimento que depositei nelas. Como dizia Clarice Lispector, “quanto mais vivia, mais acumulava coisas inúteis das quais não poderia desfazer-se sem dor.” E a maioria dessas coisas inúteis, se for pensar, nem tem tanto valor quanto eu acreditava. O difícil é aceitar e entender que cada coisa tem o seu momento e depois passa. A vida é feita de achados e perdidos e eu, por dar esse nome ao meu blog, já deveria saber disso.

Lembro que quando eu fazia cursinho, meu professor de História contou um caso mui engraçado: numa viagem que fez à Alemanha, ele conseguiu comprar (não sei de quem) um pedaço do extinto Muro de Berlim e trouxe de recordação. Pouca coisa, um pedaço de granito ou coisa do tipo. E deixou em cima da mesa da sala, como enfeite. Certo dia, ele chegou em casa e cadê o pedaço do muro? Sumiu! Procurou como louco e não achou. Dias depois, conversando com a empregada doméstica sobre o assunto, ela comentou: - Nossa, o senhor tá se referindo àquele negócio que tava em cima da mesa? Eu achei que era uma pedra e joguei fora!

Essa é a questão. Não enxergar como Muro de Berlim o que é uma simples pedra. Porque na verdade, é só uma pedra mesmo! Muro de Berlim é o valor sentimental que se atribuiu a ela. E eu continuo enxergando como Muro de Berlim tantas pedras que passam por minha vida! Sentimentos que não servem mais e permanecem aqui dentro, roupas que nem deveriam mais estar no meu armário. O mais irônico é que, ao me desfazer dessas coisas, depois nem lembro que existiram. As correntes eram imaginárias.

Agora, se me dão licença, vou ali na farmácia comprar um vidrinho de desapego e já volto.

(imagem retirada do Google)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Mais eu

Eu sempre tive um gosto muito forte pelo vermelho. Essa cor me passa uma energia muito boa. Não sei explicar, mas quando visto vermelho me sinto bem demais, mais viva e animada. Tanto, que senti necessidade de incorporá-lo na minha vida diária, ou melhor dizendo, no cabelo. Não foi tão rápido nem tão fácil, primeiro porque eu demorei um tempão até ter coragem de tingir o cabelo dessa cor e na época (em 2006) ficava o dia todo com uma blusa vermelha da minha mãe na cabeça, em frente ao espelho, pra me acostumar com a cor e ver se ficava estranho (ok, insanidade bateu forte nessa hora).

Depois que comuniquei às minhas amigas que eu tingiria o cabelo dessa cor, uma delas disse “ah não, vai ficar horrível!” e semanas depois lá estava ela com o cabelo vermelho. Sacanagem né? Mas isso não me desviou do meu objetivo e eu tingi o cabelo de vermelho. Que, a princípio, ficou meio roxo, porque como a cor natural dele é castanho escuro, o vermelho demorou (mais ou menos um ano) pra pegar. Quando pegou, pegou de vez. E eu criei uma identificação TÃO FORTE com meu cabelo vermelho, que passei a gostar muito mais dele assim do que na cor natural e nunca mais senti vontade de mudar. É como se eu tivesse nascido com a cor de cabelo errada e depois de vinte anos ter encontrado a certa. Nem quando eu fazia luzes e meu cabelo era loiro eu me sentia assim. É o vermelho mesmo. Me sinto bem demais com ele. Mesmo que todo mês eu tenha que ver minhas toalhas manchadas de vermelho e ouvir apelidos como Pica-Pau, Cabelo Água de Salsicha, Cabeça de Fósforo e Moranguinho, eu amo meu cabelo assim e me sinto bem com ele. Ou melhor dizendo, me sinto eu com ele.

Não sei explicar. É como finalmente encontrar o cara certo e se sentir completa. Ou encontrar, no molho de chaves, aquela que abra a porta. Enfim, é encontrar um estilo com o qual você se sinta tão bem que o enxergue como uma característica sua, uma parte da sua identidade e não se reconheça mais e não se sinta bem sem ele. É um pedaço da sua personalidade que acaba se exteriorizando. É o seu verdadeiro eu.

Há quase cinco anos tinjo o cabelo de vermelho e não consigo mais me ver com outra cor. Ela é artificial? Sim. Mas me faz sentir tão natural como se fizesse parte da minha essência. Várias pessoas já me disseram que eu fico melhor ruiva do que com o meu cabelo natural. Por outro lado, já fui questionada, houve gente que me disse que eu quero aparecer, ficar diferente, mas o fato é que tinjo o cabelo pra mim, não pros outros. Pode ser que daqui uns anos eu me enjoe da cor ou simplesmente ache brega e queira mudar. Mas, sinceramente, acho que ser ruiva (mesmo que de farmácia) já estava escrito no “script” da minha vida. Os oráculos já diziam que, em minha existência como Karina, uma hora eu iria querer tingir o cabelo de vermelho. Afinal, eu nasci morena, mas minha alma é ruiva.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Realidade Utópica

Já passava das três da madrugada e ela estava no ônibus, na estrada, deixando a cidade pra trás. Como ela precisava disso, mudar de ares! Nem que fosse por alguns dias! No ônibus, as luzes estavam apagadas e todos dormiam. Menos ela, que não conseguia dormir em lugares públicos e olhava a estrada pela janela. Adorava a madrugada e o silêncio que ela oferecia. Resolveu tirar os fones do ouvido pra escutar a noite. O único ruído era o motor do ônibus e vez ou outra algum veículo que passava na pista oposta, os faróis iluminando a janela ao seu lado. Havia um pouco de neblina e fazia frio, muito frio. Os morros passavam sem que ela conseguisse distinguir seus contornos, o que tornava a paisagem um pouco monótona, mas quem se importava? Ela bocejou e fechou os olhos.

Começou a pensar em outras coisas, em como seria a viagem, no que faria chegando lá, nos amigos que ficaram na cidade. Um em especial. O que ele estaria fazendo este momento?

Foi quando uma luz amarela começou a invadir com frequencia suas pálpebras cerradas e ela teve que abrir os olhos novamente. O que era aquilo? Um trecho da estrada pontilhado de luzes amarelas, parecendo postes de luz ou velas acesas, a quilômetros de distância. Milhares, um ao lado do outro, as luzes minúsculas formando figuras sinistras na noite, em um lugar lááá embaixo. O que seria? Uma mini-cidade? Ao ver aquilo ela sentiu um deja vu e se arrepiou: não havia vivido aquela cena em vida, mas em sonho! Sim, os mesmos milhares de luzes amarelas vistas de cima, na escuridão da noite, era um sonho que ela tinha com frequência há muitos anos e não entendia o que significava. Como podia ela presenciar na realidade uma imagem que só conhecia em sonhos? Ou será a realidade que é utópica? Ela não sabia. Mas logo concluiu: as coisas com que sonho são mais reais do que imagino. Às vezes estão distantes, em outra cidade, mas basta pegar a estrada certa pra chegar a elas.

(imagem retirada do Google)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Abraçar o mundo

Quero passar tardes inteiras lendo e ao mesmo tempo desejo a correria do cotidiano. A que me cansa pra eu poder descansar. Mas a mesma noite que serve pra dormir também é aquela em que eu saio pra dançar até o amanhecer, na companhia dos amigos. E preciso também de um espaço pra me encontrar, sozinha, com meus próprios pensamentos, em silêncio. Quero estar aqui e lá ao mesmo tempo, fazer compras e mesmo assim conseguir juntar dinheiro, trabalhar e ter tempo livre de sobra, estar na sala de aula da faculdade e passar o dia de pijama em casa, postado nos blogs e lendo outros tantos que gosto. Nesse tempo eu também quero sentar no sofá e assistir filme, mas vou pras salas de cinema aos sábados. Quero o inesperado e anseio pelo que programei. Quero o sossego do mar e o caos da cidade, o barulho e a tranqüilidade, ser livre e me prender a alguém. Quero o telefone, a internet e a presença física. Quero estar na festa, no churrasco, no shopping e no show. Preciso ler, escrever, ouvir música, fotografar e conversar, conversar, conversar. Aprender, ensinar e vivenciar. Tudo ao mesmo tempo, interligado por fios que não se rompem e se tornam mais intensos com o passar das horas, dos dias.

Então eu abro os braços e percebo que não consigo abraçar o mundo, por mais que eu queira, por mais que eu tente, por mais que eu insista. E tudo o que ganho é dor de cabeça. E ela não passa.

A dor de cabeça? Não, a mania de querer abraçar o mundo.

(Imagem retirada do Google)

domingo, 1 de agosto de 2010

Seis coisas sobre mim

A Ivana, do Fotos, Poesias e Emoções, me incumbiu a tarefa de relatar seis coisas a meu respeito. Então, vamos lá!

1- Sou muito inconstante: hoje quero, amanhã não quero mais. Sou uma metamorfose ambulante, já falei sobre isso aqui.

2- Sou a persistência em forma de gente, daquelas que só desistem de uma coisa quando conseguem. Fiquei três anos tentando entrar na faculdade dos meus sonhos, até conseguir.

3- Sou transparente: não adianta tentar esconder sentimentos, pois eles estão estampados na minha cara.

4- Sou péssima pra guardar fisionomias. Preciso ver o rosto da pessoa umas dez vezes pra lembrar. Isso serve pra itinerários também.

5- Sou intensa em tudo que faço. Do tipo 8 ou 80, sem meios-termos.

6- Às vezes ajo impulsivamente e me arrependo depois.

Bom, é isso! Deixo o desafio à vontade para as pessoas que queiram relatar seis coisas sobre si.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Sólido e gasoso

Pessoas não são estáticas. Vivem em constante transformação e movimento. Neste trajeto, esbarram em outras semelhantes que, como dizia o escritor Saint Exupéry, deixam um pouco de si, levam um pouco de nós. Bem como as nuvens. Com a diferença de que estas são levadas pelos ventos, enquanto pessoas são impulsionadas por objetivos. Para chegar onde? Se no final ambas se desfazem e deixam de existir?

Partilham do mesmo destino, mas não do mesmo espaço físico. As nuvens, lá do firmamento, conseguem chegar às pessoas pela chuva, um meio natural. Já as pessoas precisam de meios artificiais para atingir as outras lá em cima: avião, pára-quedas, asa-delta. Essa busca recíproca talvez ocorra pelo fato de serem tão parecidas e estarem tão distantes. Uma espécie de amor platônico.

Até nos sentimentos há semelhanças: a raiva humana vem com estrondo e lágrimas,  como as nuvens carregadas de tempestade. Depois que bradam em trovões e fazem cair água, seguem leves como algodão. Algumas, tão transparentes, que permitem a visão de seu interior. O da nuvem, vazio, porque é feito de gás. Mas não difere muito do vazio encontrado em muitas pessoas de carne e osso.

Ser aéreo também não é uma vantagem só das nuvens. Muitas pessoas o são estando em terra firme, mas com a mente em outro lugar. E umas se fundem tão intesamente com outras pessoas que perdem suas características originais, assim como nuvens deformadas após o contato com outras.

Tantas semelhanças em corpos diferentes. A humanidade gasosa paira lá em cima, enquanto nuvens humanas transitam aqui em baixo. Mas aquelas continuam em vantagem: sabem ficar pesadas quando devem, enquanto as outras ainda não aprenderam a se sentir leves quando precisam.

(Imagem retirada do Google)

domingo, 18 de julho de 2010

Selo


Mais uma vez agradeço à Ivana, do blog Fotos, Poesias e Emoções por me indicar um selo! Mais um pra coleção! Logo serei uma blogueira filatélica! =)

O blog da Ivana é sempre presenteado com selos, devido à qualidade dele. Sempre com temas interessantes que acrescentam conhecimento e fazem refletir. Passem lá, no Fotos, Poesias e Emoções. Vão gostar!

Bom, as regras do selo são:

1- Colocar a imagem do selo no seu blog
2- Indicar o link do blog que nos indicou http://ivana-ivanaaltafin.blogspot.com/
3- Indicar 10 blogs ou mais, para receber o selo
4- Comentar nos blogs dos indicados sobre este selo

Bom, como minha lista de indicações para selos já foi quase toda utilizada nos últimos selos, indicarei 5 blogs

1- Entre um Café e um Bate Papo
2- Pitadas de Humor e Crítica
3- Janelas para meu mundo
4- Diário de um Mininu Nu
5- Chá das Cinco

terça-feira, 6 de julho de 2010

Nos menores frascos

Eu tenho pequenos vícios de consumo. Daqueles que cabem no bolso tanto pelo tamanho, como também pelo preço. E, por isso mesmo, quando percebo, tenho uma coleção deles. Geralmente são objetos ou coisas comestíveis que você A-DO-RA, vê na rua em seu trajeto diário e pensa: - Nossa, tá barato, acho que vou levar! - e tempos depois se dá conta que se tornou um vício, do qual não consegue se livrar! Balas, bombons, canetas... cada um tem o seu.

Eu me lembro da época em que fazia cursinho e não podia ver um chaveiro bonitinho que comprava. E pendurava na bolsa, na chave, no estojo. Até me tornar uma árvore de Natal ambulante, cheia de penduricalhos. Depois, foi  a vez das tiaras e faixas de cabelo. Uma mais linda que a outra! Passeava nas feirinhas de domingo da cidade e não voltava pra casa sem levar uma. E cada dia eu ia à faculdade com uma diferente. Usei tanto que me enjoei. Hoje tá tudo jogado, dentro do armário.

Fora os acessórios, há também os pequenos vícios alimentícios. Quem me conhece já tá careca de saber que sou viciada em doces. Um perigo, eu diria. Teve uma época (há pouco tempo) que, depois do almoço, eu sempre comprava uma caixinha de chiclete Adams antes de voltar ao serviço. Ok. Semanas depois, lá estava eu levando quatro, cinco caixinhas de chiclete por dia! E só me dei conta disso quando certa vez em que fui abrir a bolsa e caíram dela diveeersas caixinhas de chiclete. Ou pior: uma vez que olhei pra minha mesa de trabalho e lá estava uma escultura que eu havia feito juntando todas as caixinhas de chiclete. Surreal.

Parei com isso. E agora engatei um vício em esmaltes que vou te falar! Indo pra faculdade, pra casa, pro trabalho, não importa, eu me sinto impelida a entrar em farmácias e lojas de cosméticos e sair de lá com os esmaltes que ainda não tenho. Cheguei ao ponto de olhar pra mão da pessoa e saber o tom de esmalte que ela tá usando (aaah, hoje você tá usando o "Verde Asa de Grilo" néé!). Sempre têm esses nomes bizarros, os esmaltes. Por que será? Fico me perguntando quem cria essas denominações de cor.

Mas, assim como o excesso de tempero enjoa, chega uma hora em que você se farta dos pequenos vícios. São passageiros, também pequenos em sua duração. Acompanham determinadas fases da vida, depois são esquecidos e deixados pra trás com elas.

Já diziam que os melhores perfumes estão nos menores frascos. Talvez por isso os pequenos vícios sejam tão atraentes. Afinal, quem resiste a eles?

Um charme de selo


Ganhei mais um selo da Ivana, do blog Fotos, Poesias e Emoções. Super charmoso ele, não? Siim! E é por isso que ele vai pra 5 blogs cheios de charme, que são:

Entremeios, da Ângela

Into my Wild, da Grazi

Devaneando, da Mari

A Contadora, da Francine

Palavreando Su, da Suzana

Perdoem-me a ausência do "mundo bloguístico". Ando cheia de ideias na cabeça e pouco tempo para colocá-las em prática.

sábado, 12 de junho de 2010

Em toda parte

Na parede levemente descascada, nos cacos de vidro pelo chão. No cabelo bagunçado do rapaz, no bordado da velha senhora, no rosto triangular do homem. Ali está a beleza, mesmo que ninguém repare. Não é a mesma para todos, mas questão de opinião. Não vê que a chuva da noite tem um charme? Que as calçadas das ruas têm desenhos e que o som da cidade parece música? Não! Não? É porque você enxerga a beleza em outra parte: no texto bem escrito, nos corpos perfeitos como esculturas, na estética e no padrão.

Não importa. Aqui ou lá, o belo está em toda parte, em cada detalhe, pessoa e objeto, só esperando ser reconhecido, só querendo ser captado pelos olhos, ouvidos ou sensações. Cada um vê beleza onde quer. Se não quer, feche os olhos e comprove que ela também está na escuridão.


(Imagem: "Lines of Beauty"de Chidi Okoye)

domingo, 30 de maio de 2010

Selo Mulheres Fabulosas



Ganhei este selo fofo da Ivana, do blog Fotos, Poesias e Emoções (recomendo que passem lá) e adorei! Agora, devo seguir as regras que o acompanham. São elas:

1- Dizer o que nos deixa triste e o que nos faz feliz

Triste: a cada dia ver que há menos pessoas em quem se possa confiar.

Feliz: alcançar objetivos depois de muita persistência.


2- Nomear dez mulheres fabulosas
(nomearei 8, ok?)

Grazi, do blog Into my Wild

Mariana, do blog Devaneando

Francine, do bog A Contadora

Ângela, do blog Entremeios

Manu, do blog Garota Bossa-nova

Clara, do blog Janelas para meu mundo

Suzana, do blog Palavreando Su

Érika, do blog Chá das Cinco

domingo, 9 de maio de 2010

O casarão

Todas as noites ela pegava ônibus no mesmo lugar. Enquanto esperava, a avenida movimentada e o trânsito caótico a distraíam. Do outro lado da rua, estava o casarão. Ela já havia reparado nele. A construção robusta fazia-se notar pela imponência que representava: ocupava um quarteirão todo. As paredes de tijolos expostos dividiam espaço com janelas grandes de vidros escuros, que impediam a visão do interior. Como se fosse um castelo medieval, o casarão possuía uma torre ao lado direito, e era lá que caíam intensos relâmpagos quando chovia. Talvez pela existência de algum para-raios no local. Ou então era a natureza querendo dar um ar ainda mais sinistro à construção.

O ruído do ônibus chegando interferiu em seus pensamentos e ela parou de pensar no casarão. Subiu no veículo e foi embora, deixando pra trás os devaneios.


No dia seguinte, após o serviço, esperava o ônibus no mesmo lugar. Olhando pro casarão do outro lado da rua, uma coisa chamou-lhe a atenção: havia luz na parte inferior. Era uma porta! Viu algumas pessoas entrarem e saírem dali. Movida pela curiosidade, não pensou duas vezes e foi até lá. O que haveria dentro daquele monumento tão misterioso?

Ao entrar pelas portas de vidro, foi atingida por uma onda de ar frio, proveniente do ar-condicionado. E qual não foi sua surpresa quando notou que havia gente, muita gente dentro do local! Viu uma escada rolante que dava num supermercado e também uma praça de alimentação onde famílias reunidas jantavam, conversando animadamente. Era um lugar acolhedor. Bancos estofados e muitas luzes deixavam o ambiente confortável. Ela logo foi absorvida por aquela atmosfera tão interessante e, nos dias que sucederam, passou a almoçar lá, ou então sentava na praça de alimentação apenas pra pensar e observar as pessoas. Ela não podia entender aquele contraste do interior do casarão, tão cheio de vida, com o seu exterior tão sombrio.

Foi então que compreendeu por que se atraiu tanto por aquele casarão: ele era como ela. Uma fortaleza de tijolos, aparentemente fechada e cheia de janelas escuras, mas por dentro tão cheia de amor e vida, que somente aqueles que invadissem seu interior poderiam conhecer de verdade. Sim, ela compreendeu enfim.

Passou a enxergar casarão como se ele fosse um espelho. E dessa vez, antes de subir no ônibus, olhou praquela antiga construção e achou que algumas partes precisavam ser reformadas.


(imagem retirada do Google)

sábado, 24 de abril de 2010

Padrão



Conheço uma rua

onde há um azulejo no chão.

No meio do nada,

sem ter razão.

Estará ele no lugar errado?

Claro que não.

Errada é a nossa incapacidade

de enxergar as coisas fora do padrão.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A revanche dos inanimados

Nunca deixe o computador perceber que você está com pressa. Ela irá travar, dar pau, desligar sozinho... tudo, menos funcionar. Se você xingá-lo então, piorou! Dar tapas no monitor, nem pensar! O mesmo vale pro celular. O meu, pelo menos, parece que “percebe” quando preciso fazer ligações urgentes, e a bateria acaba no mesmo instante. Ou então, quando estou em algum lugar silencioso e ele toca, fico fula da vida, e aí é que ele se esconde no canto mais obscuro da bolsa, sendo impossível encontrá-lo rapidamente para interromper o barulho. Parece pirraça. Como se os objetos “entendessem” o que a gente pensa sobre eles. E quer saber? Acho que eles entendem sim.

A essas alturas você, que está lendo, deve estar certo de que me faltam alguns parafusos. Talvez... mas sabe, às vezes fico pensando nessas coisas e creio que deve haver uma lógica nisso tudo. Como diz minha amiga Aline, “tudo no mundo é energia”. E eu acredito muito nisso. Que o nosso humor emite vibrações e influencia o ambiente ao redor, assim como às vezes somos influenciados pelo humor dos outros. E penso que essa vibração que emanamos também afete os objetos ao redor, das formas mais variadas. Claro que algumas pessoas exageram, e desconfio daquelas histórias de gente que entorta talheres e arremessa objetos com o poder da mente, o que chamam de psicocinética. Até hoje só vi isso em filmes como
“Matilda”. Mas acredito que os objetos absorvam nossas boas ou más vibrações sim. Tipo aquela história de que quando você fica secando a comida de alguém, ela cai no chão. Bem idiota, mas é mais ou menos por aí.

É curioso, nas diversas vezes que eu reclamei por ter gasto dinheiro com determinadas coisas, acabei perdendo essas coisas depois, ou pior, acabei perdendo dinheiro no mesmo dia. Como se isso acontecesse pra eu aprender a dar valor, sabe?


O caso mais recente que aconteceu comigo foi com o meu guarda-chuva amarelo. Comprei -o naquelas barraquinhas de rua e paguei super barato. Mas o barato sai caro: ele sempre abria ao avesso! O que, em dias de chuva, me fazia pagar micos homéricos! Certa vez eu saía do ônibus e, antes de descer, fui abrir o guarda-chuva pra enfrentar a tempestade lá fora. O que aconteceu? Ele abriu ao contrário! E havia muita gente atrás de mim, esperando pra descer do ônibus também. E todos esperaram eu virar o guarda-chuva do lado certo, o que demorou mais do que eu esperava. Saí dali roxa de vergonha, xingando mentalmente o guarda-chuva de tudo quanto é nome. E toda vez que isso acontecia, eu amaldiçoava o dito-cujo: “guarda chuva maldito! Não presta pra nada essa joça! Nem pra abrir direito!”

Pois bem. Dias depois eu fui ao shopping, e levava comigo meu querido desentupidor de pia (ou guarda-chuva, se preferir. É que como ele abria ao avesso, lembrava um desentupidor de pia). Quando estava voltando pra casa, chovia absurdos. Fui pagar o guarda-chuva e cadê ele? Não estava comigo! Eu havia perdido! Depois lembrei que o deixei em cima da pia do banheiro do shopping, quando fui lavar as mãos. E esqueci lá.


Senti uma falta imensa daquelas varetas que abriam ao avesso! E fiquei lamentando minha falta de atenção. Enquanto isso, o guarda-chuva devia estar dando graças aos céus por ter se livrado de mim e de meus xingamentos. Literalmente fugiu das minhas más vibrações. Ou atendeu minhas preces, já que depois pude comprar um novo.


Essa não é a única história de “objetos sensíveis” que ocorreu comigo. Já vivenciei outras situações estranhas no mesmo estilo. Como quando estou passando na rua e a luz do poste apaga, ou quando estou atrasada e as chaves sempre somem, ou, o dia mais trágico, quando no terceiro colegial esqueci o livro de matemática na escola em véspera de prova, dias depois de eu ter dito à minha mãe que odeio matemática com todas as forças.


Eu passaria dias contando essas histórias. Mas creio que a maioria das pessoas tem casos parecidos pra contar. Ou não. O assunto é polêmico e há quem acredite e quem ache uma tremenda bobagem. Quanto a mim, agora penso duas vezes antes de disparar cobras e lagartos pra cima dos meus objetos “desobedientes”. Vai que eles entendem! Hahaha!


E ah, se virem um guarda-chuva amarelo por aí me avisem, please!


(imagem retirada do Google)

domingo, 14 de março de 2010

Platônico

Peguei o dicionário pra procurar uma palavra e, sem querer, abri na página em que estava outra, logo no topo: PLATÔNICO. E justamente quando estava vivendo um amor desse tipo. Isso aconteceu de verdade e eu levei um susto. Parecia um sinal. Até o dicionário queria me mostrar que aquilo que eu sentia (há muito tempo) não podia ser real. No fundo eu já sabia. Só não queria acreditar.

Dizia Platão que, no mundo das idéias, estão todos os conceitos perfeitos. E, a partir do momento em que se concretizam no mundo real, perdem a perfeição. Daí vem a definição de "amor platônico", idealizado, que não pode acontecer. Mas vai explicar isso pro meu coração! Ele não quer saber quem é Platão, muito menos se a distância, o tempo e as circunstâncias impedem duas pessoas de ficarem juntas. Ele simplesmente quer. E quer agora. Sem saber que está jogando sozinho uma partida de squash, ao lançar a bola (no caso, o sentimento), e apenas vê-la bater na parede e voltar (às vezes bem na sua cara, provocando dor).

Semanas, meses e anos jogando sozinha, enxergando o imenso muro de Berlim que me separa dele, me sentindo como o mar, que reflete o céu sem poder tocá-lo.

Fechei o dicionário sem olhar o significado de platônico. Eu não havia escolhido abrir naquela página, da mesma forma que não escolhi gostar daqueles olhos frios que ainda invadem os meus sonhos. Que eu posso fazer se ele entrou pela porta sem avisar e perdeu a chave pra sair?


 
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