domingo, 28 de fevereiro de 2010

Selo


Ganhei esse selo da Ivana, do blog Fotos, Poesias e Emoções, que eu adooro! Passem lá, garanto que vão gostar!

Como todo selo, este tem suas regras. São elas:

1- Constar o link da pessoa que te deu o selo:

2- Indicar 15 blogs para o selo (vou indicar 6 tá?)

Perdoem-me a ausência, ultimamente ando sem tempo de postar e visitar os blogs que gosto.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Contando os sete

A Manu, do blog Garota Bossa-nova (que vale MUITO a pena visitar!) me indicou pra esse meme:



Com ele, devo dizer 7 coisas a meu respeito. So, let's go!

1 - Não vivo sem escrever, ouvir música e ler

2 - Antes de estudar Jornalismo, eu queria ser veterinária

3 - Amo sair, quase não paro em casa

4 - Sou louca por doces

5 - Já fiz uma cirurgia na coluna

6 - Há 4 anos tinjo o cabelo de vermelho

7 - Sou uma pessoa noturna, funciono melhor à noite

Indico pro meme os seguintes blogs:

Entremeios

Entre um café e um Bate-Papo

Fotos, Poesias e Emoções

A Contadora

Devaneando

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Mudanças

Todo ser vivo tem necessidades básicas como respirar, comer e dormir para se manter vivo. Eu, tenho uma a mais: mudar. Seja o corte de cabelo, opiniões, ou até mesmo renovar o guarda-roupa. Com certa freqüência, a rotina me cansa. Sinto necessidade de mudar de ares, fazer coisas diferentes, conhecer gente nova, lugares novos, mudar os objetos de lugar. Quem me conhece sabe que sou a inconstância em forma de gente: vivo mudando o corte e a cor do cabelo, o toque do celular e pequenas coisas do cotidiano. Isso às vezes chega a ser um defeito, principalmente quando a indecisão entra no meio.

Mas, na maioria das vezes, mudanças me fazem bem. Dão uma "reciclada" espiritual e me estimulam bastante. Esses dias, mudei o layout do blog. Enjoei daquele antigo, que parecia ter vida própria, já que vira e mexe as cores mudavam sozinhas, do nada surgiam bordas nas fotos, etc. Ou seja, tudo indicando que era hora de mudar mesmo. Acredito que tudo na vida da gente tenha um "prazo de validade", um período em que as coisas "funcionam bem" e dão certo. Depois, não servem mais. Não "cabem" mais no presente como cabiam no passado. Aí mudamos. De casa, de emprego, de país, de amores e temores.

Todos nós temos alguma coisa de vento ou de cata-vento. O vento produz as próprias mudanças, sopra tudo pra outro lugar. O cata-vento é estático, só se mexe quando impulsionado pelos ventos (ou mudanças) que a vida produz, sem ter controle sobre eles.

Estou em meio a fortes ventanias. Ou traduzindo, em um período de mudanças.

(Imagem retirada do Google)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Madrugada

O céu da madrugada é único. Tem uma cor peculiar, só dele. Um tom mais intenso, mais profundo, que te absorve só de olhar pra ele. Os morros, tão altos que seus limites e ondulações recortam o escuro do céu. Dessa forma, as estrelas parecem andar sobre o topo das montanhas. Isso tudo ela pensava no banco do passageiro, enquanto o carro rodava pela estrada. Passava das duas da madrugada e o casal estava cansado. Haviam assistido a um filme chato demais e ele dirigia sonolento. Ela, entretanto, prestava atenção ao céu da madrugada. Tão misterioso e obscuro! Como a envolvia, aquele céu! Emanava um silêncio místico, daqueles que só as altas horas da noite têm. O motor do automóvel quase nem fazia barulho, fazendo com que ela se sentisse flutuar sobre a estrada.

Uma luz branca e intensa invadia sua visão de vez em quando. Provinha de holofotes instalados no canteiro de obras ao longo do acostamento. Tudo aquilo parecia irreal. Como era possível fazer tanto silêncio numa estrada? Ela não percebia, mas o silêncio não era da estrada. Pairava dentro do carro e, sobretudo dentro de si. Ela não trocava palavras com o homem ao lado e nessas horas se perguntava o que fazia ali, com ele. As coisas já não eram as mesmas e há muito não havia mais sentimento. Ela não deveria estar com ele.


O céu noturno, os morros e as estrelas eram cúmplices desse erro. Que ela cometia pela terceira vez. Mas quem se importava com erros quando havia uma madrugada para se contemplar? E ela se sentia tão absorvida pelos contornos da noite que parecia estar em outra dimensão. Virou pro lado e perguntou ao homem: “quando você está na estrada assim, de madrugada, não tem a impressão de estar em outro mundo, outra dimensão?”. Ele a olhou como se fosse louca, riu e respondeu: “Não!”


Não. Ele não sabia enxergar. Mas ela via bem: não deveria estar com ele. Precisava abandonar aquela estrada.

(Imagem retirada do Google)

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Rima em concreto

Sou dependente do transporte público no dia-a-dia. Ônibus e metrô fazem parte da minha rotina em São Paulo, afinal, moro na zona norte, trabalho na zona leste e estudo na zona sul. Graças ao metrô, consigo cruzar a cidade em pouco tempo, por isso o considero uma das melhores invenções das últimas décadas.

Por outro lado, quem usa esse transporte em São Paulo sabe A confusão que é, principalmente em horários de pico, nos quais você se sente um boi, ao ser arrastado pela multidão (que mais parece uma manada enfurecida).

Em meio a essa loucura toda, uma noite, voltando da faculdade, eu subia as escadas do metrô quando me deparei com alguns escritos em letra branca, numa parede. Era um poema! Aquilo quebrou minha rotina, achei interessante e resolvi ler. Mas, devido ao empurra-empurra e fluxo intenso de pessoas ao meu redor, era impossível parar e eu consegui ler apenas uma linha. Dizia assim: “Eu não sou eu nem sou o outro.”

Interessante. Decorei a frase e fiquei entretida com ela durante bom tempo. Pensava: “Caramba, se não sou eu e nem o outro, quem sou eu então?”. No dia seguinte, aguardei ansiosamente a volta pra casa pra saber quem era “eu”. Consegui ler mais uma linha: “Sou qualquer coisa de intermédio”. E assim fui, memorizando uma linha por dia, até completar o poema. Era do Mário de Sá Carneiro (não sei o título. Pesquisei e encontrei tanto como “Poema 7” como “O Outro”):

Ler um poema no metrô, durante a correria da rotina, me desligou do stress. Parei de pensar nos problemas, nos pepinos a resolver, no cansaço, pra tentar interpretar essas linhas tão enigmáticas. Quem seria o “outro” no poema? Além disso, passei a conhecer mais sobre Mário de Sá Carneiro e ainda descobri que esse poema foi transformado em música, pela Adriana Calcanhoto (caso tenham oportunidade, ouçam “O Outro”).

Em meu trajeto diário, os poemas continuam a me perseguir. Na estação em que desço pra ir ao trabalho, há outro deles. “O Morcego”, de Augusto dos Anjos:

Esse eu consegui ler com mais calma, já que está exposto em um lugar mais amplo. Depois de um tempo, descobri que estes poemas são parte do projeto "Poesia no Metrô" (iniciado em São Paulo em outubro de 2009), cujo objetivo é estimular o gosto pela leitura. Parabéns aos idealizadores do projeto. Graças a ele fui tirada do automatismo da rotina e levada a outros mundos que não este. Por istantes consegui um fugere urbem em meio ao caos.

Confesso que até pra tirar foto dos poemas foi difícil, devido aos pedidos de "Dá licença!" e pessoas por todos os lados querendo passar. Isso porque não repararam na parede ao lado. Se tivessem reparado, teriam também parado. E como precisamos dessa pausa, desse refúgio que só a literatura nos porporciona! Não só a literatura, mas a cultura em geral. Que precisa ser incentivada através de ações como esta.

O cotidiano é texto corrido, feito em prosa, mas precisamos dos pequenos momentos que são poesia. São eles que dão rima à nossa vida. Afinal, a melhor coisa é encontar Mário de Sá Carneiro, Augusto dos Anjos e outros grandes poetas enquanto anda pela cidade.

 
Header Image by Colorpiano Illustration