segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Dias inusitados

Adoro dias inusitados. Aqueles em que acontece tudo - menos o que eu esperava. Na verdade aprendi a gostar deles com o tempo. Juro que antes me irritava profundamente quando as coisas não saíam da forma que eu queria, mas sabe, depois percebi que os acontecimentos inusitados foram bem melhores e mais interessantes do que os que eram esperados. Já aconteceu de eu errar o caminho de uma rua e acabar encontrando uma pessoa que não via há anos e morria de saudades! Também já me ocorreu de topar convites de última hora para lugares onde conheci pessoas que marcaram minha vida.

Esse mês de agosto foi bem assim, inusitado. Duas semanas atrás saí de casa incrivelmente atrasada (como sempre) e encontrei duas amigas da faculdade no metrô, também atrasadas. Depois, uma chuva ao estilo dilúvio fez com que tivéssemos de esperar dentro da estação. Lá, estava lotado de gente e, conversa vai, conversa vem, acabei conhecendo umas pessoas muito legais que estudavam na minha faculdade e eu nem sabia. Perdi a primeira aula, mas conheci gente nova e tive conversas interessantes. Mais tarde, eu planejava (bem sem vontade, digamos) assistir à segunda aula, quando a Grazi apareceu e me chamou pra comemorar o niver dela num barzinho. E a noite terminou com muitas risadas e tequila. MUITO mais divertido do que se eu houvesse tido a habitual rotina de sempre.

No dia seguinte um amigo mandou mensagem no meu celular chamando pruma palestra que eu nem pensava ir. Fui e achei muito legal. Na mesma semana, achei 20 reais esquecidos numa bolsa que eu não usava faz tempo e por conta disso pude ir ao cinema no sábado que eu esperava ficar em casa. Ou seja, naqueles dias NADA aconteceu como eu esperava e exatamente por isso tive uma das melhores semanas do ano.

Depois de tudo isso, fico pensando: será que essas coisas eram pra acontecer mesmo? Ou na verdade cada ato nosso determina o resto do dia (e até da vida)? Quem assistiu ao filme "Corra Lola, corra" sabe do que eu estou falando. Muita gente achou esse filme besta, mas eu adorei! Curto filmes assim, com várias possibilidades pruma mesma história. Porque às vezes por questão de segundos e escolhas repentinas tudo pode mudar.

Por mais que a rotina dite como será a semana, um dia nunca será igual ao outro e esse é o barato da vida. Acordar e não fazer idéia de como será o dia. E se surpreender ao final dele. Faz tempo que parei de planejar as coisas e desde então tenho aproveitado melhor a vida. Dias inusitados me mostraram que por trás do planejamento diário há amigos esquecidos, lugares legais pra ir e coisas interessantes pra fazer. É como se você andasse por um corredor com uma venda nos olhos, de repente tropeçasse, a venda caísse e você percebesse que há várias portas laterais que levam a caminhos mais interessantes. Com isso não digo que se desvie dos objetivos iniciais, mas de vez em quando é bom aproveitar oportunidades bizarras que surgem do nada e quando você menos espera. Tudo o que eu deixei de cumprir rigorosamente, ganhei em momentos emocionantes. E ainda me rendeu um post.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Selo / Prêmio



Ganhei este selo da Ana Lúcia Porto, cujo blog "Entre um Café e um Bate Papo" é ótimo e eu adoro! Recomendo que dêem uma passada lá!

Adorei o selo e ao olhar pra ele me lembro daqueles cupons dourados do filme "A Fantástica Fábrica de Chocolate", talvez por serem bastante parecidos! =)

Bom, agora vamos às regras:

A- Exibir o selo
B- Postar o link de quem lhe deu esse selo:
http://entreumcafeeumbatepapo.blogspot.com/
C- Indicar alguns blogs de sua preferência, para presenteá-los com tal selo:
1-
A Contadora
2-
Idéias Largadas
3-
Fugere Urbem
D - Publicar as regras

sábado, 22 de agosto de 2009

A troco de nada

Depois de eternos meses de férias por causa da gripe suína, as aulas na facul finalmente recomeçaram. De volta às obrigações, horários e afins. Metrô lotado, trânsito caótico e pessoas apressadas pelas ruas: a rotina estressa. Mas incrível, nesses últimos dias venho reparando como há pessoas que não se satisfazem com o stress proporcionado pelo cotidiano e procuram mais, querem mais preocupações, mais problemas e fazem de tudo pra conseguir. As famosas "Em-Busca-de-Confusão" que vemos por aí.

Anteontem, por exemplo. De manhã fui carregar o bilhete único no metrô e notei que a fila não andava de jeito nenhum! Olhei pra cabine onde ficam os funcionários do metrô e vi que a mulher, em vez de carregar o bilhete das pessoas, chorava feito louca e se lamentava com alguém no telefone, em meio a moedas, papéis e clips espalhados pela bancada. Na fila, todos com cara de interrogação sem saber o que acontecia.

Foi quando chegou a causadora-mor da situação: uma outra mulher, duns trinta e poucos anos, empurrando todo mundo, furando fila, apontava furiosamente a funcionária dentro da cabine e gritava: - ELA TÁ ME DEVENDO 85 CENTAVOS DE TROCO E NÃO QUER PAGAR! QUERO O MEU DINHEIRO DE VOLTA AGORA! - e, chamando a funcionária do metrô de "ladra", dizia que isso não ficaria assim, que ela pagaria caro e ainda tentava fazer com que nós, da fila, entrássemos na briga também. Cena patética. Saí dali e fui comprar bilhete em outro lugar. Ao longe, ainda pude ouvir a "madame 85 centavos" gritar: -EU VOU LEVAR ISSO ATÉ AS ÚLTIMAS CONSEQÜÊNCIAS! - e essa frase não me saiu da cabeça o resto do dia. Ficou indo e vindo à minha mente e eu pensava por que as pessoas adoram arrumar briga a troco de nada (inclusive por uns trocados em moeda). Custa resolver as coisas no diálogo? Pelo visto sim. E são essas pessoas, as "até as últimas conseqüências", que provocam brigas de trânsito e guerras. Tudo pelo fato de quererem provar até o fim que seus argumentos e opiniões são melhores.

Horas mais tarde, fui à fisioterapia e lá havia outra pessoa discutindo com todo mundo porque ainda não havia sido atendida. O mais absurdo é que, enquanto ela discutia, havia pessoas em pé porque a bolsa dela ocupava uma cadeira.

Como se não bastasse tudo isso, por incrível coincidência, no dia seguinte eu estava lendo as notícias do portal G1 quando me deparei com essa: "Espanhol faz quebra-quebra em bar porque não gostou das azeitonas." Ahahaha, só pode ser palhaçada! - pensei. Antes fosse! Mas não, era mais um criando caso a troco de azeitonas.

Não costumo dar trela pra gente estressada, inclusive porque geralmente essas discussões por motivos fúteis acabam em nada. "Oh, enriqueci alguns centavos!" ou "Comi azeitonas melhores hoje" não são vantagens que realmente interessem a alguém ou que contribuam para que o mundo continue a girar. São coisas que serão esquecidas no dia seguinte ou na certa virarão motivo de piada. A não ser que sejam levadas até as últimas conseqüências e o pior, a troco de nada.

domingo, 16 de agosto de 2009

Meme do rock

Como a Fran me indicou ao meme, vamos lá!

Confesso que não foi fácil responder, afinal, são inúmeras bandas de rock que eu gosto e deixei vários clássicos de fora. Mas priorizei aquelas com as quais me identifico mais e foram, de alguma forma, trilhas sonoras de minha vida.


Top of My Chart: The Beatles
Best of the Best: Hmm… difícil essa… empate entre Oasis e Aerosmith
Made In Brazil: Os Paralamas do Sucesso (é pop-rock vai, tá valendo!)
A Rock Girl: Shirley Manson
A Rocker Boy: Liam Gallagher
My First Album: The Offspring - Americana
Five Rock Legends: The Beatles, Oasis, U2, Aerosmith, Queen.
Who Brought Rock to My Life: Eu mesma, com grande influência do meu irmão.
An Unknown Rock Band: Kaiser Chiefs
Eu fui: em shows de bandas nacionais.
Eu indico os blogs: que tiverem afim de responder aos itens acima.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Eles merecem!

Dedico a sexta-feira aos agradecimentos.

Ganhei esse selo (muito fofo por sinal) da Lu e adorei! Valeu Lu!

E também agradeço à Fran pela indicação do meme no blog dela! Em breve responderei!

Depois dos agradecimentos, minha vez de indicar 7 blogs para o "Esse blog acerta em cheio". Além das pessoas que já receberam o selo (Lu, Fran e Sara), indico outros merecedores.

São eles:

Pitadas de humor e crítica

Into my Wild

Palavreando Su

Devaneando

São Paulo e suas curiosidades

Pergunte à June Smerth

Custe o que Clippar

Sugiro aos escolhidos que "selem" outros blogs de sua preferência.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Palavras ao vento

As linhas repletas de sentimento, a cada palavra lida o coração pulsa mais forte. Declarações eternas, um futuro planejado e cheio de promessas. Idealizações. Dois anos de namoro rendem lindas cartas de amor. Minhas, dele. Linhas escritas com o coração e com a alma, que pedem para ser relidas diversas vezes. E fazem sonhar.

Palavras escritas muitas vezes surtem mais efeito do que palavras ditas ao pé do ouvido e sempre estarão lá, no papel, quando eu precisar delas para alimentar o sentimento. Os olhos procuram avidamente, percorrem as linhas em busca do que o coração quer sentir novamente: amor. Amor escrito, amor teorizado. E sobretudo vivido.

Mas não eterno. Chega um dia em que o castelo de sonhos desmorona e tudo está terminado. A vontade é pegar as cartas e rasgá-las em mil pedaços, botar fogo, jogar no lixo. Mas não, por algum motivo eu guardo. Porque, de alguma forma, elas são a única coisa concreta que restou de um amor abstrato e de um coração partido. Dessa vez as palavras produzem lágrimas quando lidas novamente. Parecem mentiras.

Depois de tanto tempo encontro as cartas em meio a papéis sem valor: a mesma letra dele, tão familiar em caneta azul, preenche as folhas de caderno dobradas. Folhas cheias de palavras, mas agora vazias de sentimento. O amor passou. A raiva também. E aí eu me pergunto: que sentido têm aquelas palavras agora? Nenhum. Elas não servem mais ao presente como cabiam no passado. Lidas agora, parecem soltas no ar, sem profundidade, sem sentido. Meras palavras jogadas ao vento sem veracidade alguma. Como reler uma carta de amor quando ela está fora do contexto? Talvez agora eu ria, ou finalmente jogue fora. Mas não consigo sentir mais nada, nem saudades. Estou indiferente.

Só não entendo como todo aquele sentimento pôde ser tão transitório! Todo o amor declarado e aparentemente eterno hoje se mostra fugaz, não passa de uma ilusão que brincou com meus sentimentos. Como as coisas podem mudar tanto? Como tudo aquilo podia ser amor... se passou? Então não era amor. Era paixão. Arrebatadora, intensa e camuflada de amor. E o que eu na verdade eu tenho são cartas de paixão. Porque o amor não morre junto com o fim de uma relação. E você só descobre que não era amor quando relê cartas depois de um longo tempo na ausência da pessoa.

Agora faz sentido: tudo o que é transitório e passageiro não pode ser chamado de amor. Nem as cartas. Hoje elas só trazem lembranças que eu quero esquecer. Tornam-se apenas mais algumas folhas de papel ocupando espaço, enquanto podem ser recicladas. Assim como os sentimentos. E a data que vejo no topo da folha prova que o prazo de validade já passou faz tempo. Expirou.
O tempo e a distância são grandes aliados do esquecimento. Ainda bem. Mesmo assim, hoje em dia continuo a mesma, me apaixonando e desapaixonando com freqüência, escrevendo e recebendo cartas, ainda sem saber se é amor. Um dia eu acerto.


Tema sugerido pelo blog Vou de Coletivo.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Crono(i)lógico

Tava dando uma olhada aqui no blog e reparei que ultimamente tenho postado nos mesmos horários, mas com uma precisão incrível! E o mais bizarro: sem perceber. Os horários coincidem muito, inclusive os que são próximos às 2h. Não é á toa, já que eu funciono melhor à noite, mas achei isso engraçado, até parece que eu fico esperando dar certo horário pra clicar no “Publicar Postagem”. Ridículo.

Sei que não tem nada a ver, mas isso me lembrou aquela teoria tosca segundo a qual quando você olha no relógio e as horas e minutos coincidem (tipo 23:23, 10:10, 05:05), a pessoa que você gosta está pensando em você. Engraçado é que comigo é o contrário, toda vez que olho o relógio as horas estão inversas aos minutos, tipo 21:12, 04:40, 10:01. O que seria isso então? Eu pensando na pessoa e a pessoa nem aí pra mim? Quanta bobagem, meu Deus!

Não entendo como essas teorias idiotas impregnam no cérebro e não saem mais! Desde que tomei conhecimento dessa última (e isso foi há uns 3 anos), não consigo mais olhar prum relógio sem pensar tal bobagem! Por mais que você saiba que tudo não passa de uma grande invenção sem fundamento, sempre acaba lembrando dessas teorias. Sempre! Inclusive ao passar por baixo de uma escada, ou numa sexta-feira 13. Você pode não acreditar na superstição, mas você lembra dela. É inevitável. Inevitável ver que sua orelha esquerda tá vermelha e não pensar: Caramba, tem alguém falando mal de mim! – ou então, ao levantar da cama com o pé esquerdo: Putz, ferrou! O dia vai ser uma merda! – ou quando alguém fala algo negativo, sair correndo em direção da mesa da sala e bater na madeira.

Quando criança quebrei sem querer um espelho em pleno Ano Novo e não tive sete anos de azar. Apontei estrelas no céu e não fiquei com verruga no dedo. Pisei em diversos bueiros ao longo da vida e nada de má sorte! (acredite, já ouvi pessoas dizerem que pisar num bueiro dá azar!). E no dia 06/06/06 o mundo não acabou. Acordei pra trabalhar e voltei pra casa sã e salva. Caramba, comecei o post falando de um assunto e terminei com outro nada a ver! Eu e minhas digressões, como sempre! Não consigo evitar... sempre puxo assuntos que derivam de outros. Enfim. Pensando em tudo isso concluí que certas teorias estragam a humanidade. Deixam as pessoas mais bobas e mais suscetíveis a crenças idiotas. Inclusive eu. Só não sei como essas coisas passam a fazer parte da cultura (inútil) popular e são transmitidas durante gerações, sem que ao menos as pessoas se perguntem por quê.

Enquanto isso eu continuo a olhar pro relógio e pensar se Fulano tá pensando em mim. (Fulano tem nome e existe de verdade, só não quero que ele saiba que é o Fulano dos meus textos. Pelo menos por enquanto).

 
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