segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Bombons sortidos

Alguns dizem que a vida é uma caixinha de surpresas. Eu concordo. E digo mais: a vida é uma caixinha de bombons. Dá pra enxergá-la como uma caixa de Bis, mas eu a vejo como uma caixa de bombons sortidos. Explico: quando te estendem uma caixa de Bis, são todos iguais, aí você pega qualquer um, sem pensar muito. E quando te oferecem uma caixa de bombons sortidos, qual escolher? Tem o Sonho de Valsa, o Sensação... E o Laka? Hmmmm... e agora? Eu fico séculos escolhendo, até pegar um que me agrade.

Nem sempre fui assim. Quando mais nova, a vida era uma caixa de Bis e eu simplesmente estendia a mão e pegava qualquer chocolate. Era tudo igual mesmo! Confesso que alguns me davam indigestão e não agradavam meu paladar. Com o passar dos anos, passei a ser mais seletiva. Até acho que a palavra “seletividade” vem de “seletiva idade”. O “qualquer um” e “qualquer coisa” não me satisfazem mais. Eu sei, às vezes não se tem escolha e quem muito escolhe, acaba sendo escolhido. O que nem sempre é ruim.

Mas eu vejo tudo como uma caixa de bombons sortidos. Não bebo mais qualquer coisa, nem beijo mais qualquer um, nem compro uma roupa só porque levei centenas ao provador e fiquei com vergonha de devolver. Não. Minhas amigas me dizem: “você escolhe demais!” – sim, escolho. Ninguém fará isso por mim. E eu gosto de pegar um atalho pra chegar mais cedo aonde quero. 

Uns são mais exigentes, outros menos. Mas todos escolhem. Ou vai dizer que quando chega o cardápio no restaurante, você diz ao garçom: - Vê qualquer coisa aí! – Não né? A não ser que goste de viver perigosamente ou seja louco.

E o amor? Esse a gente não escolhe, acontece. Será? O coração também faz suas escolhas, mesmo que muitas vezes elas não façam o menor sentido.

Esses dias li uma reportagem da Super Interessante cujo título era: “não escolha demais, seu cérebro pode pifar”. Dizia que, quanto maior o número de opções, mais confusos ficamos pra nos decidir, provocando um tilt no cérebro. Tô ferrada!

Mas nem ligo. Prefiro ser essa peneira-ambulante, filtrando apenas o que me interessa. Livre-arbítrio é o que há! Hoje em dia quase não existe (exceto em alguns países e culturas) mais aquela história dos pais escolherem o marido das filhas ou a profissão dos filhos. E todo mundo é mais feliz assim. Inclusive eu, mesmo sendo absurdamente indecisa e tendo o dedo podre pra algumas coisas.

(Imagem retirada do Google)
 
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