Todas as mesas enfileiradas, repletas de papéis, revistas e bichinhos coloridos em cima dos monitores de computador. Tudo tão desorganizado e espalhado, mas demonstrando o estilo das pessoas que ocupavam cada uma das mesas.
A sala estava clara, mas Ana, sentada à beirada de uma das mesas, só via névoas. Ali não era, definitivamente, o seu lugar. Só estava de passagem, como nuvem, como vento. Vendo tudo e não se prendendo a nada. Apenas observando e cumprindo obrigações.
A sala estava clara, mas Ana, sentada à beirada de uma das mesas, só via névoas. Ali não era, definitivamente, o seu lugar. Só estava de passagem, como nuvem, como vento. Vendo tudo e não se prendendo a nada. Apenas observando e cumprindo obrigações.
Em cima do monitor, o pequeno vaso de flores murchas que um dia foram roxas completava a falta de vida dos sinistros manequins abandonados em frente à janela, uma vitrine onde não seriam vistos por ninguém. Posicionados cara a cara em pose sensual, deixavam eminente uma cena de beijo que nunca se realizaria. O tempo triste lá fora denotava que, por mais que fosse verão, o sol não estava presente, o que deixava a sala, as conversas e as pessoas muito mais frias do que já eram.
Os olhos de Ana não saíam do calendário, do relógio, dessas coisas que medem o tempo.
O tempo, sempre de passagem. Assim como ela.
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