As horas avançavam e ela dançou, beijou e bebeu, sem sombra do
que procurava ver. Mesmo com aquele mundaréu de gente, a festa parecia vazia sem
ele. A música não parava e pessoas fantasiadas escorregavam e caíam nos degraus
da escada que vinha lá de cima. Não ouvia barulhos nem conversas, apenas via cenas,
como um filme antigo e mudo rodando à sua frente. Seu vestido branco iluminava
o caminho e ela olhava para os lados a todo instante. Lá pelas tantas da
madrugada, olhou para a esquerda e disse:
- Achei!
Era o rosto perfeito de cabelos castanho-claros surgindo na
escuridão, iluminado pelas luzes coloridas que se alternavam na pista de dança.
Sua mente tocou always something there to remind me, com todos aqueles sinos, mas não era essa a música ambiente. Ele
estava sem fantasia, vestido como no cotidiano. “Comé que alguém vem sem
fantasia numa festa à fantasia?”. Mistério.
Ele veio cumprimentá-la e Vilma ficou nas nuvens, sem dar
bola para o fato de que apenas ela tinha fantasias. Ele não. Mas o cara possuía
muitas máscaras. E isso ela só veio a saber depois.
1 perdidos por aqui:
Continua escrevendo divinamente!
Um abraço!
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