A bagunça dentro da bolsa refletia os pensamentos na cabeça.
Tudo jogado, misturado e perdido num espaço apertado, que ia ficando ainda
menor conforme os objetos eram tirados da gaveta e colocados ali. Blocos de
anotação, enfeites de mesa, pacote de bolacha. Uma coisa não tinha conexão com
a outra e nada mais pertencia àquela sala.
Guardou os pensamentos na bolsa, os objetos na cabeça e saiu
dali, lidando com o inesperado, rumo ao desconhecido. Despediu-se do prédio tão
conhecido, que agora não passava de passado.
O tempo instável lá fora condizia com a sua vida nos últimos
tempos. Os livros pesavam nos braços, os pingos de chuva tornavam o tempo ainda
mais frio.
- Estabilidade não tem preço nessa vida.
Foi a frase que ouviu enquanto sentia-se andar sobre uma
gangorra.
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