
Quero passar tardes inteiras lendo e ao mesmo tempo desejo a correria do cotidiano. A que me cansa pra eu poder descansar. Mas a mesma noite que serve pra dormir também é aquela em que eu saio pra dançar até o amanhecer, na companhia dos amigos. E preciso também de um espaço pra me encontrar, sozinha, com meus próprios pensamentos, em silêncio. Quero estar aqui e lá ao mesmo tempo, fazer compras e mesmo assim conseguir juntar dinheiro, trabalhar e ter tempo livre de sobra, estar na sala de aula da faculdade e passar o dia de pijama em casa, postado nos blogs e lendo outros tantos que gosto. Nesse tempo eu também quero sentar no sofá e assistir filme, mas vou pras salas de cinema aos sábados. Quero o inesperado e anseio pelo que programei. Quero o sossego do mar e o caos da cidade, o barulho e a tranqüilidade, ser livre e me prender a alguém. Quero o telefone, a internet e a presença física. Quero estar na festa, no churrasco, no shopping e no show. Preciso ler, escrever, ouvir música, fotografar e conversar, conversar, conversar. Aprender, ensinar e vivenciar. Tudo ao mesmo tempo, interligado por fios que não se rompem e se tornam mais intensos com o passar das horas, dos dias.
Então eu abro os braços e percebo que não consigo abraçar o mundo, por mais que eu queira, por mais que eu tente, por mais que eu insista. E tudo o que ganho é dor de cabeça. E ela não passa.
A dor de cabeça? Não, a mania de querer abraçar o mundo.
(Imagem retirada do Google)