sábado, 21 de novembro de 2009

Modern(Idade) das Trevas

Briguei com o tempo e não andamos mais juntos: eu ando, ele corre. Sinto falta de escrever aqui e visitar os blogs que gosto, sair, ver filmes, etc, mas enquanto não finalizar os 132647 trabalhos da facul, não dá.

Tá, isso foi um desabafo. Na verdade vim falar de outra coisa: semana retrasada ocorreu um apagão que eu presenciei ao vivo e a cores (bem escuras por sinal). Poderia estar em casa na hora, só tive a primeira aula naquele dia e em vez de ir embora, fiquei lá na Avenida Paulista, num barzinho, conversando com a Grazi e o Diego. Era umas dez e pouco da noite quando a luz começou a oscilar sem parar e eu achei aquilo muito bizarro! Até que apagou de vez. A princípio, pensei que fosse problema de gerador na rua, mas quando saímos dali vi TUDO apagado e havia um rebuliço de gente andando por todos os lados. Em meio à confusão, eu só conseguia ver a silhueta das pessoas que passavam por mim, seus rostos ocultos no breu. Os prédios da principal avenida de São Paulo, geralmente repletos de luzes que dão vida às ruas, dormiam agora em silêncio. As ruas estavam povoadas de gente e o trânsito sem semáforo tornou-se incrivelmente caótico. Fui pegar o metrô pra voltar pra casa, mas ele não funcionava. Tudo isso começou a me assustar, principalmente por não saber o que acontecia e em que proporções. Andando por ali, um garoto gritava: - É O FIM DO MUNDO! É O FIM DO MUNDOO! - não duvidei. Fiquei esperando que os alienígenas aparecessem e abduzissem todos. Não aconteceu. Então liguei pra casa pra saber o que ocorria e soube que era um blecaute de proporções extremas no país. Nessas horas a informação, mesmo assutadora, me acalmou um pouco. Quando você tem clareza sobre a situação em que está, consegue resolvê-la com mais racionalidade.

Mesmo assim, a paisagem noturna não deixava de me assombrar: só se via o contorno dos prédios e, além dos automóveis, a única fonte de luz provinha de uma decoração natalina que pendia de um prédio: as luzinhas coloridas permaneciam acesas de forma inexplicável em meio ao breu! (inclusive, nessa foto, dá pra notar isso).

Por muita sorte mesmo, uma amiga me encontrou no ponto de ônibus e ofereceu carona. Foi minha salvação!! Cruzando a cidade de carro, meus olhos se acostumaram com a escuridão geral. A lanterna dos carros nos guiava por ruas e túneis (e não havia luz no final deles).

Quando cheguei em casa e vi minha família à luz de velas, ouvindo rádio, me senti transportada ao período Paleolítico. Não havia nada, NADA pra fazer! Sem luz, internet, televisão. Pensei em fazer uns desenhos rupestres nas paredes da caverna, digo, aqui de casa, pra passar o tempo. Não, não seria uma boa idéia. Estava fora do contexto histórico. Então fiquei na janela observando a noite. Era a noite mais escura que já vi e também a mais silenciosa. E não havia o que fazer. Só então eu percebi O QUANTO estamos dependetes da tecnologia pra viver! Sem ela não fazemos absolutamente nada! Não nos conectamos com pessoas que estão longe, não trabalhamos, não nos divertimos. E o pior: só percebemos isso quando nos falta luz. Estamos cegos diante da dependência elétrica e no dia-a-dia vivemos como se a luz fosse oxigênio, sem perceber sua presença. E quando tudo escurece diante de nossa visão é que enxergamos a falta que faz. Nessas horas lembro de Clarice Lispector e sua frase: "É necessário certo grau de cegueira para poder enxergar determinadas coisas." Bem assim mesmo.

O homem das cavernas não sabia o que era o bom da vida, não podia relatar suas experiências de caça em um blog e muito menos conectar-se com outros Homo Sapiens via msn. Mas tinha uma vantagem em relação a nós: não sofria com apagões.



domingo, 8 de novembro de 2009

Pedaços de infância

Eu lembro da minha caixa de brinquedos: gigante, cabia de tudo lá. Inclusive eu mesma, ao procurar meus brinquedos, escorregava e caía lá dentro diversas vezes, amassando tudo. E eu entrava em um mundo mágico. Era lá que eu encontrava a Bubu, minha primeira boneca, que era de pano e usava vestido amarelo. Também encontrava a Menina-Flor, que ao mesmo tempo era uma boneca e virava um vaso de flor. Minha coleção interminável de panelinhas de plástico, pratinhos, talheres, minhas comidinhas de mentira, com as quais eu brincava de restaurante, meu Topo Giggio, Moranguinho, etc. Eu ia tirando tudo lá de dentro e passava o dia criando histórias e mundos de fantasia. À noite eu jogava tudo na caixa de volta e ia dormir. Dividia a cama com minha coleção imensa de bichinhos de pelúcia, que ficavam empilhados e caíam em cima de mim a todo instante durante o sono. Eu nem ligava, achava engraçado.

Fui crescendo e passei a me interessar por Lego, quebra-cabeça, massinha de modelar e móveis de casinha. Eu montava casas tão legais que sonhava em morar nelas. Mas quem morava lá eram meus Playmobis. Herdei alguns dos meus irmãos mais velhos e outros eram meus mesmo. E eles foram os responsáveis pela época mais criativa da minha infância. Eu tinha uma coleção deles, todos tinham um nome, uma família e uma história. Iam à festa junina, ao circo e faziam viagens. E eu era absorvida por este mundo, lá eu era feliz e exercitava minha imaginação, sem preocupações ou problemas.

Até que fui sendo tirada desse mundo pouco a pouco. Tanto pela escola, que passou a exigir mais dedicação, como pelo concorrente dos brinquedos: o vídeo-game. Toda aquela tecnologia me fascinava e eu não dormia enquanto não conseguia zerar os jogos. eu não saía de frente da TV, mal me mexia e não criava mais histórias. Meus antigos brinquedos foram abandonados dentro da caixa, que agora eu mal abria. E lá ficaram. Pouco a pouco a quantidade deles foi diminiuindo, acompanhando meu interesse por eles e a caixa de brinquedos foi substituída por uma menor. Até que um dia sumiu. Entrei na adolescência. Os brinquedos restantes foram guardados no armário e minha infância também.

Ainda assim, continuei brincando de Barbie. Eu adorava vesti-las bem, arrumar o cabelo delas e criar histórias românticas com os Kens. Ao mesmo tempo em que tudo isso ia acontecendo na minha vida também. Com uma diferença: na minha vida havia responsailidades e deveres que começavam a me tomar todo o tempo, sem falar nas festas e viegans que eram muito mais divertidas do que qualquer brinquedo. E assim, de forma natural, a realidade substituiu a fantasia. Não por completo, é claro. Guardei oa brinquedos que mais me marcaram: a Bubu, minhas Barbies, alguns playmobis, meu Snoopy grande de pano e o Jiba Jabber (pra quem não lembra, um boneco com cabelo colorido e corpo de formiga, que fazia uns barulhos bizarros quando você o chacoalhava). Ao vê-los, sinto saudades, um aperto no coração, nostalgia.

Como diz o Luís Mauro, meu professor de Comunicação Comparada, a nostalgia é uma auto-paródia, à medida em que você vê um elemento antigo, mas ele não tem mais o mesmo sentido e não surte o mesmo efeito que tinha na época. É verdade. Brinquedos hoje em dia são uma coisa fora do contexto pra mim. Mas escrever esse texto foi ótimo. Me trouxe à memória brinquedos que eu nem lembrava mais e uma época maravilhosa que ficou pra trás. E é bom que seja bem guardada, seja numa caixa de brinquedos, na memória ou no coração. Porque a vida que vem depois disso não é brincadeira.

Tema sugerido pelo blog Vou de Coletivo!

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Um pouco de mim

A Ângela, do blog Entremeios, e a Ana Lúcia, do blog Entre um Café e um Bate Papo me indicaram para este meme, que adorei!


Regras do meme:

  1. Levar o selo acima
  2. Dizer quem te indicou
  3. Indicar outros blogs
  4. Completar as frases que estão em vermelho:

a) Eu já realizei sonhos que considerava impossíveis

b) Eu nunca digo nunca

c) Eu sei que nada é para sempre

d) Eu quero ver mais amor no mundo

e) Eu sonho com uma pessoa que ainda não conheci

Indico os blogs:

Into My Wild

Devaneando

Garota Bossa-nova

Janelas para meu mundo

A Contadora

Idéias Largadas

Lauralândia

Divirtam-se!

Selando o feriado

Fim de semana + feriado era tudo o que eu tava precisando! Deu pra fazer diversas coisas que eu queria! Ótemo! =)
Curioso é que esse foi o fim de semana dos selos e memes! Tentarei postar todos hoje, então vamos lá!


Esse selo eu achei muito fofo e ganhei da Ângela, do blog Entremeios




Esse outro, muito legal também, ganhei do Rodrigo, do blog Diário de um Mininu Nu


Agora, presenteio os seguintes blogs com os dois selos:

Into My Wild

Entre um Café e um Bate Papo

A Contadora

Idéias Largadas

Mais uma vez...

 
Header Image by Colorpiano Illustration